terça-feira, 8 de maio de 2012

Boa Esperança

 Passei o dia a fazer inquéritos e a ensinar o pessoal a jogar xadrez e como sabia que no dia seguinte era para começar a "batucada" (é o que se diz) bem cedo, não fiquei para a night e fui-me deitar no amoque (uma espécie de cama de rede mais tropical). O dito estava montado ali numas armações onde eles secam a roupa, por isso até estava perto das casas. Como já sei o que a casa gasta levei tampões para os ouvidos e lá adormeci... para acordar às 2h30!? Que frio pah! Não é normal! Pelo menos já não sabia o que era isso e fiquei muito indignado! Tinha os pés gelados, a cara também, mas algures entre os dois havia calor. As pernas ao léu também estavam geladas, percebi que o rádio do vizinho ainda estava ligado e o pior é que eu conhecia as músicas (não sei se isto é uma deficiência minha mas quando oiço uma música conhecida, ela começa a "tocar" sozinha na minha cabeça e eu preencho inconscientemente os bocados que não ouvi ou a letra que não se percebia... nada bom quando se está a tentar dormir!). Depois a maldita da torneira estava sempre a deitar água, os galos começaram a cantar, o saco de cama era curto de mais para eu me esconder todo lá dentro, enrolado não dava jeito e o amoque não parava de abanar, a almofada estava torta, as calças faziam um alto por baixo das costas, quanto mais me mexo e ajeito mais o sono foge... ah, olha, que engraçado, o despertador....  Já são 5h00!?

 Foi uma noite péssima mas não importou porque acordei para este espectáculo:

Boa Esperança, uma das comunidades contempladas no estudo.
 Diz-se que a luz do nascer do sol é a melhor para fotografar e eu tenho que concordar. Pinta tudo com uns tons quentes mas ao contrário do pôr-do-sol, tem uma luz mais limpa... se é que isto faz algum sentido.
 Acordamos tão cedo porque é preciso fazer contagens de passarada e isto faz com que vejamos sempre vezes as pessoas a irem para o trabalho.


Foto pelas costas - "mesmo à sacana.... mas por outro lado se lhe
 pedisse permissão também não tinha resultado. Sim, boa desculpa."

 Este rapaz vai tirar vinho de palma. A actividade consiste em subir a uma palmeira (frequentemente) altíssima, abrir um buraco junto à base das folhas, espetar lá um garrafão, e esperar. Repete-se o processo quantas vezes forem necessárias.









Casa do Alexandre, o Presidente da Associação e um
senhor extremamente simpático e sorridente que nos ajuda sempre
que lá vamos.
  Adoro a frente desta casa - talvez porque normalmente elas não estão pintadas. Há qualquer coisa nas casas das comunidades que me atrai em termos de beleza. Acho que deve ser por parecer que foram simplesmente "invadidas" pelas pessoas e depois elas foram acrescentando bocados de madeira ao exterior, sem nunca mexer na "tecnologia" antiga que existia quando a encontraram.
Fiquei verdadeiramente maravilhado com este achado. Não via uma coisa destas há tanto tempo e para quem não sabe, é um ferro de engomar alimentado a brasas em vez de electricidade. Disse ao Gabriel que aquilo que ali estava era uma relíquia do tempo dos Afonsinhos (mas acho que exagerei) ao que ele  respondeu que é assim que as pessoas que não têm electricidade fazem. 


1 comentários:

  1. Francisco Martinho8 de maio de 2012 às 22:33

    Quanto ao limpo posso especular que com o aumento da temperatura a humidade deve ser menor, mas dps vem o nevoeiro matinal estragar a teoria =P

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