segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ruínas Portuguesas

Trás os montes, ao pé de Nova Ceilão
 Por vezes caminhamos perdidos pela floresta, viramos ali na primeira à esquerda, deslizamos por uma encosta escorregadia agarrados às trepadeiras, furamos pelo mato a dentro, fazemos a curva depois da figueira e sem aviso, no meio do nada, deparamos-nos com estas coisas! A floresta de São Tomé está cheia de relíquias do "tempo dos Portugueses".














Vale do Rio Contador





 Tão magnificas como despropositadas, penso que agora servem apenas para nos relembrar que as estruturas que damos por garantidas estão na verdade sujeitas a uma série de factores naturais e que basta pararmos de as reparar que depressa são convertidas nos seus componentes mais simples e lançadas de volta à terra de onde vieram.


Caminho que parte de Dona Augusta
 Gosto de imaginar que quem projectou estas estruturas nem adivinhava que anos depois estariam a cair aos bocados, engolidas pela floresta envolvente.  



O que resta de uma fonte. Pouco depois de passar Ribeira Afonso
  De longe as relíquias que mais gosto são aquelas que estão no meio  das casas das pessoas. Apesar de as verem todos os dias, muitas vezes  nem sabem o que é que foram e isso faz-me dar asas à imaginação e pensar naqueles cenários de ficção cientifica em que seres humanos começaram a colonizar um planeta deserto mas que ainda possui fragmentos escondidos da tecnologia dos seus anteriores habitantes... mas talvez seja só eu.








Não sei ao certo onde foi tirada mas julgo
ser para os lados de Novo Destino



 No final do dia a floresta não se importa com o que nós lá pusemos e basta virarmos costas por uns instantes que ela depressa nos relembra de quem é a terra que pisamos. Eu diria que é para todos e não é de ninguém.

1 comentários:

  1. Fico profundamente magoado ao ver que a pujante natureza tomou conta das instalações das antigas roças. Há quem goste de ver as ruínas cobertas de verdura. Pessoalmente, gostaria que a natureza fosse respeitada, e também não é, nomeadamente no sul, onde as desmatações selvagens têm colocado em risco o seu equilíbrio, e que tudo aquilo que foi construído pelo homem, o homem o soubesse preservar, mas está ao abandono. É verdade que as administrações das grandes propriedades agrícolas nunca valorizaram a mão-de-obra dos forros, dos filhos da terra. É verdade que nunca foram além de capatazes, excetuando alguns mulatos, filhos dos brancos administradores ou feitores gerais. Mas ao menos que, tais antigas propriedades, fossem minimamente limpas e preservadas. E não é isso que acontece, para prejuízo do povo destas maravilhosas ilhas

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